Tire suas dúvidas sobre limpeza, desinfecção e esterilização

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Você sabe qual a diferença entre limpeza, desinfecção e esterilização? Os três métodos são importantes para a manutenção dos ambientes, mas cada um deve ser empregado de acordo com a necessidade de cada local.

A limpeza é a atividade de retirar impurezas de um corpo, material ou local. Ela é responsável pela remoção da sujeira ou gordura residual, que chamamos de material orgânico mais fino. Já a desinfecção é mais forte do que a limpeza, sendo capaz de eliminar a maioria dos organismos causadores de doenças, com exceção dos esporos. O principal objetivo dessa técnica é destruir as formas microbianas que são patogênicas ao homem.

A esterilização é a destruição de todas as formas de vida microbiana. Por meio desse processo, que pode ser físico ou químico, é possível destruir vírus, bactérias, esporos, fungos, protozoários e helmintos, pois ela visa à incapacidade de reprodução de todos os organismos que estão presentes no material a ser esterilizado.

Ou seja, precisamos de mais do que bons produtos de limpeza para considerar um lugar livre de vírus e bactérias. O mesmo acontece quando estamos falando sobre o uso de utensílios. Esses componentes fazem parte do processo de higienização e devem ser executados de acordo com as normas de controle de infecção previstas pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

A higienização precisa ser sempre bem feita, pois é um dos fatores que mais é observado pelos clientes de hotéis, hospitais e restaurantes. Por isso é preciso conhecer bem essas técnicas para saber a qual delas recorrer a depender da ocasião. Geralmente, a execução da limpeza e desinfecção já resolve o problema. Em alguns casos, como na higienização de utensílios usados em hospitais e laboratórios, é preciso de uma prática que vai além da desinfecção: que é a esterilização.

 

Limpeza x Desinfecção

A execução da limpeza comum é feita com o uso de água, detergente, desincrustante ou fibra. A escolha desses produtos vai depender do que está sendo limpo. Os desincrustantes, por exemplo, são capazes de remover qualquer substância orgânica de artigos hospitalares, tais como sangue. Entretanto, eles não são germicidas e nem possuem uma ação desinfetante. Ao fim da limpeza, é necessário se realizar o enxágue da superfície ou corpo, com o uso de água abundante.

A execução da desinfecção acontece após o término da limpeza. Inclusive, uma limpeza prévia mal executada também pode atrapalhar a ação da desinfecção. Outros fatores também podem prejudicar a eficácia desse processo, são eles: erros durante a diluição da solução desinfetante, a temperatura, o PH, a ação mecânica e o tempo. Essa desinfecção pode acontecer em três níveis:

Baixo nível: destrói a maioria das bactérias vegetativas, alguns vírus e fungos. Os produtos usados nesse tipo de desinfecção são:

– Hipoclorito de Sódio
– Quaternário de Amônia
– Álcool etílico 70%
– Fenóis (alta toxidade, tendendo ao desuso)

Nível Intermediário: tem atuação positiva contra a maioria das bactérias vegetativas. Além disso, é bastante eficaz contra o bacilo da tuberculose e a maioria dos vírus e dos fungos. As soluções que produzem esse efeito são:

– Álcool etílico 70%
– Hipoclorito de Sódio (1.000 ppm de cloro disponível)
– Isopropílico 92%

Alto Nível: é eficaz contra bactérias, fungos e alguns esporos. Contudo, alguns esporos bacterianos e vírus lentos sobrevivem. Para este efeito, é preciso usar as seguintes soluções:

– Hipoclorito de Sódio
– Solução de peróxido de hidrogênio
– Cloro e compostos clorados
– Ácido Peracético
– Água superoxidada

 

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Esterilização: eficácia e técnicas

A esterilização visa à destruição de todas as formas de vida microbiana. Por isso, é necessário o uso de indicadores para monitorar a sua eficácia. Um treinamento especial também é preciso para uma adequada preparação dos instrumentos com remoção de toda a matéria orgânica, correto preenchimento da câmara e operação do ciclo de esterilização dentro dos parâmetros definidos.

Essa esterilização pode ser conseguida por vários métodos diferentes. No momento de escolher o método adequado, deve-se levar em consideração o material a ser submetido ao processo, avaliando a sua natureza e sua resistência ao calor e ao vapor. Conheça algumas dessas técnicas:

Autoclavagem: consiste na exposição do material a vapor de água sob pressão, a 121 °C durante um tempo de 15 minutos. É o método mais usado no processo de esterilização. A embalagem do material deve ser feita de maneira a permitir o contato total do material com o vapor de água. O calor úmido provoca a inativação ou coagulação das proteínas dos microrganismos.

Tindalização: o material é submetido a três sessões de exposição a vapor d’água, a 100 °C com durante entre 20 e 45 minutos por sessão, com um intervalo de 24 horas entre elas. É bem usada para soluções açucaradas ou que contenham gelatina.

Fervura: coloca-se o material para ferver por um período de 15 minutos. Ao final desse tempo, deve-se escorrer a água e deixar o material na vasilha para secar. Em seguida, seca-se o material com um pano limpo e guarda-o em um recipiente com tampa.

Calor seco: provoca a oxidação dos constituintes celulares orgânicos dos microrganismos, além de desnaturar e coagular suas proteínas. Esse método exige temperaturas mais elevadas que as usadas com o calor úmido, além de tempos mais longos. É o ideal para materiais como vidros, metais e substâncias em pó.

Formaldeído: é um método eficiente de se fazer a esterilização, com uma duração de 6 horas. Apesar de ser barato, requer um equipamento específico, pois é utilizado em processos fechados, com autoclave especial.

Plasma de Peróxido de Hidrogênio: utiliza equipamento complexo para ser executado. Esse equipamento possui um alto vácuo e gerador elétrico de plasma. A esterilização é feita em baixas temperaturas (cerca de 40 °C).

 

Higienização das mãos

A ANVISA recomenda que todos os profissionais que trabalham na área de saúde ou com a manipulação de medicamentos, alimentos e material estéril ou contaminado deve higienizar as mãos. E esse processo vai além de limpar as mãos com água e sabão, mas exige também sabonete bactericida, preparação alcoólica e antisséptico. Isso ajuda a evitar infecções e proliferar doenças.